segunda-feira, 29 de setembro de 2014

CRÔNICA DO AUTÓGRAFO

Auditório do Hotel Imperador, noite de autógrafos do livro de poesias de A.S., renomado escritor, teatrólogo, filósofo, professor. Todas as poltronas tomadas, apesar do rigoroso frio da noite.
Após apresentação e agradecimentos aos idealizadores e patrocinadores do evento, é dada a palavra ao artista da noite.
Logo de cara, vai logo questionando o público, pela coragem de largar suas casas em uma noite tão fria, para dar ouvidos a um grande mentiroso(pois segundo o autor, todo escritor no fundo é um mentiroso).
Será???...
Após aplausos da plateia, torna a questionar o público presente:
-Ainda me aplaudem?...
Novos aplausos e risos.
A. S. dá início à apresentação de seu novo livro de poesias, e vai interagindo com o público, recitando algumas delas e também contando seus "casos", vividos ao longo de sua  trajetória como escritor e professor.
Em um destes "casos" ele cita um ocorrido em sua terra natal, que diz respeito à tão falada Teoria da Conspiração, que defende a ideia de que hoje em dia, somos influenciados e condicionados a pensar e a agir, segundo a influência de um "governo secreto" ou uma "mídia subversiva", que nos faz ver coisas onde elas não existem. Pois bem, o caso se passa quando, o senhor Tião, foi levado por sua filha, a uma consulta psiquiátrica, pois o mesmo vinha afirmando haver um jacaré debaixo de sua cama.
Tranquilizado pelo psiquiatra, seu Tião ainda ouviu conselhos do doutor sobre os perigos que se infiltram pela mídia em geral. Terminada a consulta, seu Tião saiu satisfeito com a receita de um comprimidinho que o faria se esquecer do jacaré, e com a promessa de retornar após um mês para reavaliação.
Na data marcada, somente a filha do Seu Tião retorna ao consultório. Questionada pelo psiquiatra sobre a ausência do sr. Tião, sua filha desolada lhe comunica: "Seu doutô, o jacaré comeu meu pai!!!"...
A plateia se dobra de tanto rir. E assim vai a noite, repleta de poesias e vários "casos" engraçados.
Ao final da apresentação, chega a hora dos autógrafos. A.S. vai recebendo as pessoas e autografando seus livros. Chega um rapaz com seu livro nas mãos. Perguntado sobre qual é seu nome, ele diz:  Waynner.
A.S. com medo de escrever o nome errado, pede que seja soletrado. O rapaz soletra: W-A-Y-N-N-E-R.
O próximo da fila, outro rapaz, diz o nome: Rhaniery. Da mesma forma, A.S. pede que seja soletrado.
-R-H-A-N-I-E-R-Y - soletra o rapaz.
O que vinha logo em seguida na fila, percebendo o ocorrido, entrega o livro a A.S. e diz:
-Eu me chamo Hugo: H-U-G-O.
A. S. bem humorado, autografa com todo o cuidado: Ao jovem Hugo Aga-U-Gê-Ó, com todo o carinho.

Obs.: baseado em fatos reais.

Denis Cunha
29/09/2014








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