terça-feira, 19 de maio de 2015

Z A H I R

(De tradição islâmica, Zahir em árabe, quer dizer visível, presente, incapaz de passar despercebido).

Sobre a mesa do bar, esquecido ou propositalmente abandonado por alguém, um guardanapo dobrado com esmero e vinco, trazia nele os seguintes versos:
Esta noite teu vestido era azul,
como se pele sua fosse,
Contornava seu corpo comungando da suavidade das tuas formas.
Contornava-o como meus braços vivem a sonhar;
Esta noite vi uma vez mais teu sorriso, vários deles.
Em todos, o contraste do seu batom vermelho,
com tua pele alva macia e tenra,
Prometia visão angelical que logo se confirmou no encontro do teu olhar;
Esta noite como nas outras olhei também as tuas mãos,
e ao vê-las em delicados movimentos, o vermelho do seu esmalte,
Fazia-me imaginar teus dedos como botões de rosas ao vento;
Esta noite, estavas ainda mais bela que todas as outras,
só porque as outras eram agora lembranças;
Esta noite o amor tornou a colorir-me,
e voltará a fazê-lo em uma outra noite.
Seja lá qual for a cor do teu vestido.

Denis Cunha
19/05/2015

 
 

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