A poesia dos aflitos-contentes,
diz da incoerência de ser gente, simples
gente,
que sonha um sonho que se irradia em forma de dente,
que morde e
deixa marca, mas agrada ao mordido,
pois foi dentada de quem come uma
goiaba, como se mordiscaste um caviar.
Dói esta mordida, como toda
mordida dói,
mas é dentada que te aponta a certeza que estás na vida,
seja a vida dos seus sonhos, ou a vida que te bate à porta,
peçonhenta
ou milionária, mas vida que se vive um instante em cada vez,
ou toda uma vida num instante,
depende de qual escolha escolhes,
e nem
mesmo precisas escolher, qual vida viverás,
pois tua vida, viverá em ti o
que ela precisar viver,
e você, como receptor e divulgador desta vida,
tanto faz se abastada ou carente,
vive-a como se dela dependesse toda a
sua vida.
E quem vai definir a tua vida? Você ou a tua vida?
Nem um nem
outro, quem irá defini-la vai ser a coragem de vivê-la ou a covardia de
escondê-la.
Mas mesmo assim, será vida vivida, e quem vive a vida,
simplesmente,
pode não constar no dicionário, mas constará no
inventário,
no futuro testamento de quem viveu a vida,
de uma forma ou
de outra,
e deixa-a como herança para os que virão.
Denis Cunha
31/01/2015
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