segunda-feira, 24 de novembro de 2014

ALFORRIA


Um homem é finalmente livre, e portanto sábio ou inteligente,
quando descarta a escolha unilateral de um estilo, uma bandeira,
de uma crença.
Irreversivelmente livre ele se torna, se se desvencilhar da crença cristã,
não a dos primeiros tempos, aquela de Jesus de Nazaré,
mas sim a de Jesus Cristo, a quem a história e o interesse eclesiástico,
transformou-o no salvador da humanidade.
O homem de Nazaré, não pregou sobre um "céu distante",
nem prometeu recompensas aos "justos" e castigo aos "pecadores".
Ele nem mesmo conheceu o mal, portanto desconhecia o "diabo".
Indo em total contramão aos sacerdotes(padres, rabinos, pastores, etc),
que mencionam o "demônio" com exagerada frequência.
Jesus do amor deixou claro que o "reino dos céus" não é geográfico,
mas puramente sentimental,
Ele nos chamou a todos de "filhos de Deus", jamais reivindicando este parentesco apenas para si.
Falo aqui da crença cristã, por motivos bastante óbvios: minha ocidentalidade.
No início desta reflexão, citei também a superação dos estilos e bandeiras, como forma de contribuição para a aquisição da sabedoria humana, porém não carecem estas, de detalhes mais profundos.
Pois quando o homem se liberta da crença, primeiramente lhe imposta na infância pela família, e posteriormente pela sociedade,
Ele despreocupadamente e sem nenhum resquícios de culpa,
goza de quantos estilos lhe agradar, e veste quantas bandeiras lhe cair bem, sem portanto tornar-se refém de nenhuma.
O homem torna-se de fato livre e inteligente, quando mata o "deus"
imposto, e experimenta conscientemente sua mais essencial natureza:
Viver até morrer.
Sem expectativas e metas,
apenas gratidão por este lindo e assustador mistério de simplesmente Ser.


Denis Cunha
21/11/2014

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