domingo, 5 de agosto de 2012

AOS MESTRES COM CARINHO


Aquele que de pedra em pedra

vislumbra o magnínfico castelo em construção

ou aquele que já adentra nos salões dourados

aquele que ouve os ruídos causado pelas vozes da multidão

e ainda assim escuta o silêncio da pureza

aquele que surdo ao apelo egoísta da babel

ouve as batidas do próprio coração

aquele que sempre fez da dúvida

a ferramenta para esculpir o novo

e também aquele que sempre navegou no mar das certezas

construindo pontes para os descuidados à beira do abismo

aquele que fez do seu leito de enfermidade

o robusto casulo que gerou a borboleta

e aquele outro que imune às dores por duradouros anos

soube sucumbir com dignidade no apagar das luzes

aquele que sonhou sonhos mirabolantes

e ainda assim assinou todos os dias o ponto no serviço

e aquele outro que transformou sua labuta diária

num sonho fecundo e inspirador

aquele que encontra o encantamento nas primeiras horas do dia

e aquele que ao cair da noite consegue compor uma poesia

aquele que é protagonista da expansão da essência

e também aquele que dos bastidores sustenta a continuidade do show

e todos aqueles que se preparam para o xeque-mate na dualidade

isentos do sentimento de vitória ou derrota

compreendendo que cada parte do múltiplo

foi o mestre encarnado que descortinou a beleza

de quem de fato nós somos:

os novos deuses do universo

a todos estes sem tirar nem por

toda a minha honra e gratidão

por sempre me mostrar o oásis no meio do deserto.


Denis Cunha
05/08/2012

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