AOS MESTRES COM CARINHO
Aquele que de pedra em pedra
vislumbra o magnínfico castelo em construção
ou aquele que já adentra nos salões dourados
aquele que ouve os ruídos causado pelas vozes da multidão
e ainda assim escuta o silêncio da pureza
aquele que surdo ao apelo egoísta da babel
ouve as batidas do próprio coração
aquele que sempre fez da dúvida
a ferramenta para esculpir o novo
e também aquele que sempre navegou no mar das certezas
construindo pontes para os descuidados à beira do abismo
aquele que fez do seu leito de enfermidade
o robusto casulo que gerou a borboleta
e aquele outro que imune às dores por duradouros anos
soube sucumbir com dignidade no apagar das luzes
aquele que sonhou sonhos mirabolantes
e ainda assim assinou todos os dias o ponto no serviço
e aquele outro que transformou sua labuta diária
num sonho fecundo e inspirador
aquele que encontra o encantamento nas primeiras horas do dia
e aquele que ao cair da noite consegue compor uma poesia
aquele que é protagonista da expansão da essência
e também aquele que dos bastidores sustenta a continuidade do show
e todos aqueles que se preparam para o xeque-mate na dualidade
isentos do sentimento de vitória ou derrota
compreendendo que cada parte do múltiplo
foi o mestre encarnado que descortinou a beleza
de quem de fato nós somos:
os novos deuses do universo
a todos estes sem tirar nem por
toda a minha honra e gratidão
por sempre me mostrar o oásis no meio do deserto.
Denis Cunha
05/08/2012
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