quinta-feira, 13 de junho de 2013

E U,  U É...

Eu no aqui e no agora
hora dentro apaziguado
hora do lado de fora
Eu com olhos deslumbrados por tanta cor
estes mesmos olhos que pouco choram
E este eu que sou eu queria mais lágrimas
sorrisos já possuo em abundância
Eu de vagas lembranças de muitas epifanias
profundas e incontestáveis epifanias
Mas também eu de muitas banalidades
trabalhador, ser social, amante de futebol...
Eu de fome que não se farta
Eu cansado da procura e de não achar
A paz, o abraço da descoberta
que não importa o que aconteça
Sou sempre eu a estar lá, sempre
Eu que berro durante o dia
Eu que de silêncio preencho a noite
Eu de sonhos, tombos, medo e amor
Eu que me pergunto quando o sono vem
o que é feito deste eu quando ele dorme
Lançado vagueia num vazio absoluto
Somente percebido
quando acordo e sou eu novamente, consciente
E então as letras trocam de lugar
e o que era EU torna-se UÉ...
De espanto, pranto e encanto
Nada muda sempre mudando no mistério que sou eu
Eu no aqui e no agora.

Denis Cunha
13/06/2013

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