Andei por tempos sem fim
espalhando meu amor na geometria dos versos
gerei heróis e vilões, bruxas e lindas fadas
espremi meu coração feito laranja que se deseja o suco
no desejo agudo de ver erguida a obra bela
Vi brotar das minhas entranhas
frenéticos vôos siderais
vi arranhar minha pele
garras afiadas de dúvida e desassossego
Vi crescer o bem, feito sequoia gigante
vi voar na escuridão vaga-lumes azuis
Entoei súplicas para serem ouvidas
pelos arquitetos da vida
Compus cantigas simples para dar esperanças
ao que se acham pequeninos
Fui poeta em cada inspiração
Criando um mundo que nem sempre conseguia ver
Fui corajoso e persistente
na defesa do justo e da verdade
A verdade que somos um em cada
de cada um de todos.
Hoje sopra um vento forte e congelante
me levando feito folha seca
por um trajeto que desconheço
Onde estarei indo?...
Não faço a menor idéia, só não quero é ficar,
Aqui já se tornou tudo velho demais.
Denis Cunha
23.04.2013
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