quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

PASSEIO

Onde quer que eu vá
que eu leve uma flor
sem que murche e perca o perfume
que eu leve um lenço também
para secar o suor da fronte e acenar aos caminhantes
um livro de poesias há de ir junto
para que seja a porta sempre aberta
quando o céu se fechar
em anúncio de tempestade
levarei preso à cintura
um faca bem afiada
mas que ela não meta medo a ninguém
será apenas para cortar
todo o mal que me convém
levarei algumas sementes:
de nuvem, de trovão, de barulho de chuva na calçada
não irei em disparada pois onde quer que eu vá
quero olhar, sentir, me entregar
viver cada minuto feito a cigarra a cantar
sem nenhuma pressa meu camarada
pois como diz o dito popular:
quem tem pressa, come cru, e passa mal...
onde quer que eu vá
que eu vá sempre adiante
com passos firmes de rinoceronte
e alma leve de libélula flutuante
onde quer que eu vá
que todos digam ao me ver passar:
lá se vai um amante.

Denis Cunha
12/12/2012




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