sexta-feira, 13 de julho de 2012

WINDOW

Olhei as janelas do sobrado
e lembrei
foi da janela que muitas vezes a vi passar
com seu vestido de chita e sua jovialidade
a rebolar
pendurado em galhos altos
era pela janela que a via em seus aposentos
os seus negros cabelos pentear
pela vidraça  os clarões dos relampagos
a me impressionar
pelas janelas escapei
de boas palmadas e indesejáveis visitas
por elas vi a chuva se formar ao longe
e no meu quintal desabar
por elas o sol entrar nas manhãs
o brilho do luar acender meu quarto
e a visita inesperada do beija-flor
ah, as janelas
grandes e pequenas
 gradeadas ou amenas
presentes nos castelos ou nos casebres
nas igrejas e prisões
no imaginário dos poetas
como a divisória das ilusões
que te faz seguro e confortável de um lado
o de dentro
e ilimitadamente espalhado
no de fora
mas indiferente ao seu grau de formosura
cada janela é sempre abertura
para se ver cada vez mais ao longe

Denis Cunha
13/07/2012


 







Nenhum comentário:

Postar um comentário