sexta-feira, 15 de junho de 2012

SATISFAÇÃO

O poeta escreve, escreve
escreve sem parar
não é exibicionismo
é mais como a precisão de respirar
até no breu mais escuro
não irá se calar
em redemoinho de desespero
encontra em um suspiro a força para sonhar
é teimoso em acreditar
que tudo vale a pena
quando a pena lhe faz voar
voar para baixo sustentando o peso da razão
ou para cima conquistando a leveza do coração
um coração que ama antes de perguntar
e quando pergunta a resposta já está lá
no lugar exato onde vibra a consistencia do ser
ser finito na eternidade
para sempre se renovar
ou eterno nas finitudes
para infinitamente se expressar
não é loucura ou exagero de lógica
a voz do poeta a bradar
é somente uma sede já saciada na fonte
a se tornar um banquete de alegria errante
sustentando sua fragilidade no vigor do presente
presente que se torna agora pela glória que passou
e pelo potencial que virá
o poeta escreve porque quer dizer
de maneira sutil e mirabolante
que sempre, sempre
vale a pena viver
e para tanto não é preciso merecer
basta querer

Denis Cunha
17/03/2010

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